Kultivator - Barndomens stigar - 1981 (Psych/Progressive Rock {Suécia})

Kultivator foi uma banda sueca tão única quanto inclassificável. A banda foi formada em 1978 pelo núcleo da Tunnelbanan, banda de rock progressivo sinfônico altamente influenciada por Yes e Genesis. A banda se separou logo após o lançamento de seu primeiro e único álbum. O LP "Barndomens stigar", gravado em 1981, foi reeditado em CD pela gravadora APM em 1992. Na ocasião, a banda se reformou para lançar duas faixas bônus. Hoje, os integrantes da Kultivator seguem diversas carreiras artísticas solo - música, teatro e ensino.

HISTÓRIA

"Vá buscar um cultivador!". Foi em Linköping em 1978 e eu, Johan Svärd, tive um contrato temporário como zelador durante o verão. Eu não tinha idéia do que era um cultivador (em sueco "kultivator"), mas logo descobri que era uma ferramenta de jardim usada para soltar o solo. Achei que poderia ser um nome apropriado para uma banda e decidi memorizá-lo para um possível uso futuro.

É com um sentimento um tanto estranho que sei tentar escrever a história do grupo musical Kultivator. Já faz algum tempo desde que a banda foi formada e muitas outras coisas aconteceram em nossas vidas desde então. Quando decidimos fazer as gravações que mais tarde viriam a ser o álbum "Bamdomens stigar" ("Caminhos da infância"), não podíamos nem em nossa imaginação mais selvagem compreender os caminhos imprevisíveis que as fitas tomariam mais tarde.

Ao longo dos anos, recebemos feedback de ouvintes em muitos países diferentes, o que é algo que realmente superou nossas expectativas.

Com isso em mente, é realmente honroso e gratificante que ainda depois de 26 anos ainda haja interesse suficiente para a banda motivar o lançamento de uma versão remasterizada do álbum de estúdio, incluindo material bônus novo e antigo.

Quando Stefan Carlsson e eu nos conhecemos em 1975, o primeiro embrião da Kultivator começou a evoluir. Pediram-me para sentar na bateria durante os ensaios em uma banda que contava com Stefan no baixo. Foi a primeira vez que nos encontramos e inicialmente estávamos um pouco tímidos e nervosos. De qualquer forma, logo superamos isso e conseguimos estabelecer um companheirismo frutífero tanto no que diz respeito à música quanto às questões pessoais. Pouco tempo depois houve uma mudança de membros da banda e por acaso fui incluído no line-up.

Nós nos chamávamos de Tunnelbanan går åt Öster ("O metrô vai para o leste"), mas éramos mais conhecidos como Tunnelbanan ("O metrô"). Éramos um quarteto que consistia em baixo elétrico, guitarra elétrica, bateria e oboé e nossa música provavelmente pode ser rotulada como rock instrumental progressivo sueco autocomposto. Na verdade, fizemos alguns shows bastante aclamados. Stefan queria que soasse um pouco mais sinfônico e nos fez investir em uma máquina de cordas. O oboísta Åke Strandberg foi aceito para uma educação musical em Estocolmo e, portanto, teve que sair.

Encontramos um tecladista substituto que por acaso tinha um amigo com um sintetizador e um mellotron. Tínhamos permissão para usar os instrumentos e, em troca, deixávamos o proprietário ser nosso engenheiro de som. Pouco antes de um show, o teclado saiu da banda e tivemos que cancelar tudo. Começamos lentamente a gostar do som do teclado e não conseguíamos descobrir o que fazer neste momento. Eu tinha ouvido falar de um cara na minha escola, Johan Hedrén, que supostamente era um bom pianista. Convidei-o para se juntar a nós, o que ele também fez, embora não se sentisse muito confortável com o equipamento de teclado emprestado. Deu algum trabalho convencê-lo a fazer isso, mas logo ele se tornou um dos principais membros da Tunnelbanan, talvez apenas um pouco atrás de Stefan. Mais ou menos na mesma época, experimentamos "Korken" Levin no violino elétrico. Ele era irmão do nosso guitarrista Janne Levin e de repente Tunnelbanan går åt Öster era uma banda de cinco integrantes. Fizemos alguns shows, sendo o primeiro um festival de música na pequena cidade sueca de Vimmerby. Subimos ao palco às três horas da manhã, logo após a Amon Düül II, e pudemos vivenciar o amanhecer diante de uma grande multidão.

A cena musical do final dos anos setenta foi pega em um período de rápida transição. Bandas não comerciais e todos os artistas, exceto os estabelecidos, tiveram dificuldade em encontrar oportunidades de shows. Tunnelbanan ficou sem energia e forças internas opostas levaram a banda à separação. Durante o processo de separação. Johan Hedrén e eu tínhamos um novo projeto em mente e começamos a procurar pessoal interessante. Estávamos cansados ​​do rock convencional e buscamos um som mais alternativo e experimental. A essa altura, Johan havia devolvido os teclados emprestados e comprado um Fender Rhodes.

Este foi um bom momento para usar o antigo nome Kultivator, que achamos adequado às nossas intenções. Tentamos diferentes músicos em diferentes constelações, mas não saiu do jeito que esperávamos. Jonas Linge sentou-se com sucesso na guitarra durante várias sessões e logo concordou em se juntar à banda para uma tentativa séria. Ele não gostava muito de escalas de blues e nós alegremente excluímos essa tradição musical de todos nós. Não conseguimos, apesar de várias tentativas, encontrar um baixista que se encaixasse no resto da banda. Depois de um tempo, Stefan Carlsson juntou-se a eles. Após a separação da Tunnelbanan, ele tocou com uma banda de rock tradicional e direta, que agora começou a entediá-lo. Com ele se juntando a nós, imediatamente sentimos que estávamos no caminho certo e até mesmo olhamos musicalmente para o velho som da Tunnelbanan. A Kultivator continuou como um quarteto por algum tempo e até fizemos alguns shows como um quarteto. Depois de um tempo sentimos que faltava algo em nossa música: estávamos em busca de um som mais completo, para agregar à expressão.

Johan Hedrén conheceu Ingemo Rylander em outro projeto musical, e eles começaram a passar muito tempo juntos. De repente percebemos que Ingemo se encaixaria perfeitamente na banda, sendo um multi-instrumentista tão talentoso. Ela logo foi incluída no gravador, vocais e outro Fender Rhodes. Quando ela encontrou seu lugar no grupo, imediatamente sentimos que nossa direção musical estava de acordo com o que pretendíamos.

Infelizmente, tivemos dificuldade em alcançar nossa música. Estávamos presos em Linköping, onde era difícil conseguir shows na época. O clima musical e o fato de sermos completamente desconhecidos impossibilitava a marcação de shows fora da região. Houve muitas críticas locais em relação à nossa música - era considerada introvertida, rígida e complicada. Com exceção de um pequeno número de fãs, alguns seguidores nos criticaram abertamente. Paradoxalmente, essa alienação provavelmente nos fortaleceu e nos deixou ainda mais seguros de que nossa liberdade artística valia mais que o sucesso comercial.

Linköping e um em Motala. O show do Motala foi a última apresentação do grupo. A multidão consistia principalmente de amigos e outros músicos e acredito que havia apenas três visitantes pagantes. Isso nos fez perceber que o futuro para o nosso tipo de música talvez não fosse tão brilhante. Os estudos universitários, criação de família e outras coisas associadas ao estilo de vida adulto começaram a interferir na energia da banda. Com isso em mente, tomamos a decisão unânime de seguir caminhos separados. Ao contrário do que acontece com muitas separações, conseguimos fazer isso sem desacordo.

Após a dissolução, fomos atingidos por uma espécie de vazio. Queríamos que a música que havíamos criado continuasse existindo e os planos de fazer uma gravação começaram a se desenvolver. Recebemos algum dinheiro com a venda do sistema de PA e decidimos gastá-lo em uma sessão de estúdio. Talvez seja possível lançar um álbum dessa maneira. Em Linköping havia na época apenas um estúdio - o recém-inaugurado AVO Studio - e optamos por gravar lá, por razões econômicas e práticas.

Depois de decidir um conjunto de músicas e arranjá-las adequadamente, era hora de começar a ensaiar. Para fazer com que as sessões realmente pegassem fogo, decidimos mudar os ensaios de nosso porão habitual para uma casa de fazenda próxima. No caminho para lá, o caminhão conosco e todos os instrumentos caíram em uma vala com um resultado aparentemente desastroso. Felizmente, todos saíram ilesos e as sessões poderiam começar em breve.

Esta foi a primeira vez que qualquer um de nós entrou em um estúdio de gravação. Não sabíamos em que ordem fazer as coisas e também as limitações econômicas afetaram o procedimento. É por isso que a maioria das sessões de "Barndomens stigar" foram gravadas ao vivo no estúdio, com apenas alguns over-dubs adicionais. O estúdio recém-inaugurado tinha suas limitações: o som geral acabou sendo um pouco antidinâmico e, o ouvinte atento pode ouvir um som de clique periodicamente recorrente causado por um relé de geladeira. Uma nova unidade de reverberação foi adicionada no meio das sessões de mixagem, fazendo com que as canções "Höga hästar", "Vemod", "Barndomens stigar" e "Grottekvamen" soassem ligeiramente diferentes.

Nosso bom amigo Bobo Wieslander foi de grande ajuda no estúdio. Sua experiência técnica, seu talento musical e seu bom trato com o técnico e o proprietário foram de grande importância. A gravação original e a primeira mixagem levaram cerca de dois dias para serem finalizadas. Os resultados técnicos e musicais foram profundamente decepcionantes e nem perto do que esperávamos. Nesse ponto, até pensamos em desistir do projeto. Depois de algumas semanas o trabalho pôde continuar e as músicas foram compiladas de forma a caber no formato LP. Uma música teve que ser excluída por falta de espaço. De acordo com a fatura, havíamos trabalhado pouco menos de cinquenta horas no estúdio.

Em 15 de outubro de 1980, recebemos as duas fitas master e algumas fitas cassete com nossa música. Acima de tudo, estávamos bastante satisfeitos, embora provavelmente teríamos feito diferente se tivéssemos mais dinheiro e experiência em estúdio. Ainda hoje isso pode nos causar um leve desgosto. As fitas foram enviadas a várias gravadoras, na esperança de atrair algum interesse. Assim como temíamos, ninguém estava disposto a lançar nossa música. Tanto financeira quanto emocionalmente, estávamos agora à beira da ruína, e a possibilidade de lançarmos nós mesmos o disco não era economicamente plausível.

O tempo passou e não houve atividades da banda por um bom tempo. Achamos triste que a única coisa que saiu disso tudo foram algumas fitas que podíamos ouvir nós mesmos. No verão de 1981, dois amigos nossos nos ofereceram dinheiro para a produção de um LP. Pouco tempo depois, o processo de trabalho continuou. A questão de como projetar a capa foi discutida em um estágio inicial. As pessoas tinham idéias diferentes, mas finalmente chegamos a um acordo sobre um trabalho gráfico do artista internacionalmente conhecido Leif Elggren. Nós o conhecíamos de um projeto de arte, música e poesia do qual participamos junto com outros artistas de Linköping. Além disso, Johan e Ingemo cuidaram dos adesivos da etiqueta e eu trabalhei no verso da capa.

Durante o processo de design da capa, tivemos que decidir sobre um nome de gravadora apropriado e também sobre como distribuir o álbum. A banda local Elake Måns havia lançado um EP em seu próprio selo Bauta e, como éramos bons amigos deles, parecia natural usar esse nome. Mais tarde, Lars Lach'n Jonsson "adotou" a Bauta e a transformou em uma empresa um tanto mais permanente. Isso será benéfico para a Kultivator muito mais tarde.

A distribuição da SAM era, na época, a principal distribuidora não comercial e, como tal, sua participação no movimento musical progressivo sueco foi enorme. A essa altura, no início dos anos oitenta, o movimento musical estava diminuindo e a distribuição da SAM foi forçada a aumentar o faturamento para sobreviver. A empresa nos disse que nosso álbum simplesmente era "uma droga" e impossível de vender. O fato de nem mesmo um distribuidor não comercial estar interessado foi uma grande reação.

Olhando para trás, provavelmente deveríamos ser gratos por isso. Muito tempo depois do lançamento, quando o interesse pela Kultivator começou a crescer, tínhamos exemplares suficientes para facilitar e manter a divulgação internacional. Se a distribuição da SAM tivesse sido iniciada, meu palpite é que a maioria das cópias foram perdidas de maneiras peculiares.

Em outubro de 1981, finalmente recebemos as 500 cópias de "Barndomens stigar". As primeiras 200 cópias foram vendidas com bastante facilidade, mas depois as vendas diminuíram e foi preciso muito trabalho para recuperar o dinheiro que havíamos emprestado. Algumas cópias foram enviadas aos jornalistas e esperávamos nervosamente pelas críticas. Quando isso começou a aparecer nos jornais locais, ficamos bastante surpresos. Não pelas críticas negativas e algum comentário positivo ocasional, mas pela conversa frequente sobre coisas irrelevantes como óculos redondos ou o movimento musical. Os jornais maiores não estavam dispostos a revisar o álbum. No geral, as críticas não ajudaram muito a divulgar a música.

Em 1981-82, Jonas Linge e eu deixamos Linköping enquanto Stefan Carlsson se mudou para o interior. Os anos foram passando e tentamos manter um contato esporádico um com o outro. Johan Hedrén participou em vários projectos, entre os quais Lach'n, que tinha dirigido a marca Bauta. Demos a ele todas as cópias do álbum que tínhamos. Em 1987, Hedrén nos disse que Lach'n havia vendido algumas cópias para compradores fora da Suécia. Parte da explicação foi que um entusiasta do vinil em Estocolmo chamado Åke Forsgren havia encaminhado seu interesse na banda para partes de sua rede internacional. De repente, o álbum esgotou e ficamos satisfeitos que nosso trabalho finalmente tenha sido apreciado. Mais tarde, fomos informados de que "Barndomens stigar" foi vendido por algum dinheiro em feiras de discos e leilões. Para nós, é claro que isso era totalmente absurdo.

Em 1991, Johan Hedrén e Ingemo foram contatados pela recém-fundada gravadora Ad Perpetuam Memoriam, APM. Eles queriam lançar "Barndomens stigar" como seu primeiro lançamento em CD. Ficamos imediatamente lisonjeados e começamos a vasculhar os arquivos em busca de um possível material bônus. Além de uma versão ao vivo da "Tunnelbanan medley" do quarteto, gravada por Anton le Clercq, não conseguimos concordar sobre quais músicas incluir. Em vez disso, decidimos gravar uma nova versão de "Häxdans", que em parte já estava no repertório da época.

O reencontro em 1992 foi muito divertido, já que não tocávamos juntos há cerca de doze anos. Passamos um final de semana ensaiando e gravando no estúdio de Lach'n e o clima alegre também rendeu muita festa. Consequentemente, o segundo dia foi mais difícil, mas pelo menos pudemos adicionar mais uma música ao CD.

O CD foi lançado em 1000 cópias numeradas e esgotou relativamente rápido. Disseram-nos que alguns jornais musicais internacionais publicaram boas críticas. Nessa época, a Internet crescia rapidamente e, graças a isso, podíamos encontrar críticas e pontos de vista de ouvintes de todo o mundo. Foi realmente uma sensação maravilhosa!

Várias reimpressões de CD foram feitas, mas infelizmente nossas relações com a APM pioraram constantemente. Perdemos o controle de quantas cópias foram vendidas e onde elas foram vendidas. Ainda hoje não temos nenhuma pista sobre isso. Em 2002, a APM faliu, o que foi triste em muitos aspectos. Até porque todos os nossos royalties foram perdidos na falência da empresa.

Alguns de nós começaram a visitar regularmente a loja de vinil Mellotronen em Estocolmo, onde existe uma vasta seleção e bom conhecimento do tipo de música que apreciamos. Depois de um tempo, aprendemos a conhecer Peter Nordins e o proprietário Stefan Dimle. Como é difícil encontrar cópias do álbum da Kultivator, a possibilidade de lançar uma nova versão logo foi discutida. Mellotronen estava disposto a lançar uma versão em CD remasterizada e mais completa com faixas bônus em seu próprio selo. Stefan e Peter logo ganharam nossa confiança e, quando outra empresa começou a mostrar algum interesse, decidimos trabalhar com a Mellotronen.

Os mesmos problemas da primeira edição do CD agora surgiram novamente - a busca por material bônus suficiente. Encontrei uma fita cassete velha com uma gravação do show em Motala. Tinha sido mais ou menos esquecido devido à má qualidade do som e às más memórias que rodeavam o concerto. Transferi para o CD e depois de alguns ajustes a qualidade do som melhorou bastante. Eu mesmo e o resto da banda hesitamos um pouco em incluir esse material. No entanto, outros ouvintes foram extremamente positivos.

A fim de obter mais algum material bônus, mais uma vez decidimos nos reunir para uma sessão de gravação. Fazia treze anos desde a última vez que tocamos juntos, e isso obviamente criou uma boa quantidade de tensão. Havia material novo e antigo que poderia valer a pena trabalhar. Dois problemas principais acabaram sendo tempo e logística. Morar em cidades diferentes e ter empregos e atribuições diferentes tornou o planejamento cuidadoso uma necessidade absoluta.

Conhecemos o The Forest Studio de Lach'n durante um fim de semana em outubro de 2005. O antigo equipamento analógico nos fez sentir em casa, e assim que começamos a tocar a velha sensação da Kultivator ficou evidente. Os resultados foram surpreendentemente bons, levando em conta que alguns de nós tiveram muito pouco tempo para praticar ao longo dos anos. Especialmente Stefan Carlsson e eu negligenciamos nossos instrumentos principais por vários anos.

A princípio, esperávamos que um fim de semana fosse tempo suficiente para completar uma faixa bônus. No entanto, com o passar do tempo, decidimos fazer uma gravação demo das quatro músicas que estavam em discussão. Assim poderíamos ouvir as fitas várias vezes e tomar uma decisão melhor algum tempo depois. Havia até planos de lançar um mini CD com o material, separando-o das músicas anteriores.

As novas canções estão claramente relacionadas com as anteriores, embora reflitam ao mesmo tempo como os tempos e as nossas vidas mudaram. Os vocais são em inglês e há novos instrumentos e sons presentes. Mudando as letras de sueco para inglês foi uma decisão difícil, motivada pelo interesse internacional em nossa música. Dessa forma, podemos tornar a atmosfera lírica mais acessível a mais pessoas. Além disso, Ingemo gosta de cantar em inglês.

Por volta do Natal de 2005, nos reunimos em Estocolmo junto com Stefan e Peter, da Mellotronen. Concordamos em continuar trabalhando com os novos títulos, bem como com a faixa bônus "Novarest" do show de Motala.

Em fevereiro de 2006, entramos em estúdio para uma nova sessão. As canções voltaram a ser gravadas, mas desta vez com um maior objetivo, tornando as sessões um pouco mais exigentes. Como de costume, ficamos sem tempo e Johan Hedrén e Ingemo sugeriram que devêssemos transferir o material para seu home studio portátil, o que também fizemos. Durante o verão e o outono de 2006, os over-dubs finais foram feitos e, em outubro, a mixagem final estava pronta para lançamento.

Agora em 2016, chega a vez de mais um lançamento e desta vez de retorno em vinil.

Neste momento não haverá mais novas gravações ou shows da Kultivator devido a problemas de tempo e logística. Ingemo Rylander e Johan Hedrén têm seus projetos com a Nomads of Hope. Eles lançaram o CD "Breaking the circles for a while" em 2014. Stefan Carlsson está tocando junto com seu filho David, sob o nome de Lost Kite eles lançaram vários CDs. Jonas Linge está morando e tocando em Uppsala, principalmente no grupo folk GRÅÅ. Eu moro em Estocolmo e praticamente me aposentei da bateria, mas entro na fila ocasionalmente.

- Johan Svärd, 2016.

⭐⭐⭐⭐⭐

Kultivator is a Swedish band as unique as unclassifiable. The band was formed in 1978 by the nucleus of Tunnelbanan, symphonic prog rock band highly influenced by Yes and Genesis. The band split just after the release of their first and unique album. The LP named "Barndomens stigar", recorded in 1981, was reedited on CD by the APM label in 1992. On that occasion, the band reformed in order to release two bonus tracks. Today, the members of Kultivator follow various artistic solo careers - music, theater and teaching.

HISTORY

"Go and fetch a cultivator!". It was in Linköping back in 1978 and I, Johan Svärd, had a temporary engagement as a caretaker during the summer. I had no idea what a cultivator (in Swedish "kultivator") was, but I soon found out it was garden tool used to loosen up soil. I thought it could be an appropriate name for a band and decided to memorize it for possible future use.

It is with a somewhat strange feeling that I know try to write the history of the musical group Kultivator. It has been quite some time since the band formed and lots of other things have happened in our lives since then. When we decided to do the recordings that later turned out to be the "Bamdomens stigar" ("Paths of the childhood") album, I we could not in our wildest imagination comprehend the unpredictable ways the tapes were later to take.

Over the years we have received feedback from listeners in many different countries, which is something that truly I was far beyond our expectations.

With that in mind, it is really honorable and gratifying that there still after 26 years is enough interest for the band to motivate the release of a re-mastered version of the studio album including both new and older bonus material.

When Stefan Carlsson and I met in 1975, the first Kultivator embryo started to evolve. I was asked to sit in on drums during rehearsals in a band that featured Stefan on bass. It was the first time we met and initially we were both a bit shy and nervous. Anyway, we soon got past that and managed to establish a fruitful companionship I regarding both music and personal issues. Shortly thereafter there was a change of band members and I happened to be included in the line-up.

We called ourselves Tunnelbanan går åt Öster ("The subway goes eastwards") but were mostly referred to as Tunnelbanan ("The subway"). We were a quartet that consisted of electric bass, electric guitar, drums and oboe and our music can probably be labeled as self-composed Swedish progressive instrumental rock. We actually did a few pretty acclaimed gigs. Stefan wanted it to sound a bit more symphonic and had us invest in a string machine. The oboist Åke Strandberg was accepted to a musical education in Stockholm and thus had to quit.

We found a replacing keyboard player that happened to have a friend with a synthesizer and a mellotron. We were allowed to use the instruments and in return we let the owner be our sound engineer. Just prior to a gig the keyboard is left the band and we had to cancel the whole thing. We had slowly started to like the keyboard sound and could not figure out what to do at this point. I had heard of a guy in my high school, Johan Hedrén, who supposedly was a good piano player. I asked him to join us, which he also did, even though he wasn't quite comfortable with the lent keyboard equipment. It took some work to talk him into it, but soon he turned out to be one of the leading members of Tunnelbanan, perhaps just slightly behind Stefan. At about the same time we tried out "Korken" Levin on electric violin. He was the brother of our guitarist Janne Levin and suddenly Tunnelbanan går åt Öster was a five-piece band. We did a few gigs, the first one being a music festival in the Swedish small town Vimmerby. We went on stage at three o clock in the morning, right after Amon Düül II, and got to experience daybreak in front of a big crowd.

The musical scene of the late seventies was caught in a period of rapid transition. Non-commercial bands and all artists but the established ones, had a difficult time finding gig opportunities. The band Tunnelbanan ran short of energy and opposing internal forces led the band towards break-up. During the process of splitting up. Johan Hedrén and I had a new project in mind and started looking for interesting personnel. We were tired of conventional rock and strived for a more alternative and experimental sound. By then, Johan had retumed the borrowed keyboards and bought himself a Fender Rhodes.

This was a good time to use the old Kultivator name, which we thought suited our intentions. We tried out different musicians in different constellations, but it did not really tum out the way we had hoped. Jonas Linge had successfully sat in on guitar during several sessions and soon agreed upon joining the band for a serious attempt. He was not very much into blues scales and we gladly excluded that musical tradition all of us. We could not, despite several try-outs, find a bass player that fitted the rest of the band. After a while, Stefan Carlsson joined in. After the Tunnelbanan split-up, he had played with a traditional straight-forward rock band, that now had started to bore him. With him joining in, we immediately felt that we were on the right track and we even musically glanced at the old Tunnelbanan sound. Kultivator carried on as a quartet for some time and we even did some gigs as a four-piece. After a while we felt our music lacked something: we were in search of a more complete sound, so as to add to the expression.

Johan Hedrén had met Ingemo Rylander in another musical project, and they had started to spend a lot of time together. Suddenly we realized that Ingemo would fit perfectly into the band, being such a gifted multi-instrumentalist. She was soon included on recorder, vocals and another Fender Rhodes. When she had found her place in the group we immediately felt our musical direction was well in line with what we had intended.

Unfortunateiy, we had a hard time reaching out with our music. We were stuck in Linköping, where it was difficult to get gigs at the time. The musical climate and the fact that we were completely unknown made it impossible to book gigs outside of the region. There was a lot of local criticism towards our music - it was regarded introverted, stiff and complicated. With the exception of a small.number of fans, there were certain followings that openly back-talked us. Paradoxically, this alienation probably strengthened us and made us even more secure that our artistic freedom was of greater value than commercial success.

Linköping and one was in Motala. The Motala gig was the last ever performance of the group. The crowd mostly consisted of friends and other musicians and I believe there were only three paying visitors. This made us realize that the future for our kind of music maybe was not that bright. College studies, family raising and other things associated with an adult lifestyle, started to interfere with the band energy. With this in mind, we made a unanimous decision to go separate ways. As opposed to the case with many split-ups, we managed to do this without disagreement.

Following the disbandment, we were struck by a sort of emptiness. We wanted the music that we had created to keep on existing and plans of making a recording started to develop. We had some money from the selling of the PA-system and decided to spend it on a studio session. Perhaps would it even be possible to release an album this way. In Linköping there was at the time only one studio - the recently opened AVO Studio - and we chose to record there, out of economical and practical reasons.

Having decided upon a set of songs and having arranged them appropriately, it was now time to start rehearsing. In order to make the sessions really ignite, we decided to move the rehearsals from our usual basement to a nearby farmhouse. On the way there, the truck with us and all instruments drove into a ditch with a seemingly disastrous result. Luckily, everybody was unharmed, and the sessions could soon commence.

This was the first time any of us entered a recording studio. We had no idea in what order to do things and also economical limitations affected the procedure. That is why most of the "Barndomens stigar" sessions were recorded live in the studio, with only a few additional over-dubs. The newly opened studio had its limitations: the overall sound turned out to be slightly undynamic and, the attentive listener can hear a periodically recurring clicking sound caused by a refrigerator relay. A new reverb unit was added halfway through the mixing sessions, this making the songs "Höga hästar", "Vemod", "Barndomens stigar" and "Grottekvamen" sound slightly different.

Our good friend Bobo Wieslander was of ttemendous help in the studio. His technical experience, his musical talent and his good ways with the technician and the owner was of great importance. The original recording and the first mix took about two days to finish. The technical and musical results were deeply disappointing, and not even close to what we had hoped for. At this point we even considered quitting the project. After a few weeks the work could continue and the songs were compiled in order to fit the LP format. One song had to be excluded due to lack of space. According to the invoice, we had worked slightly below fifty hours in the studio.

On October 15 1980, we were handed the two master tapes and a couple of cassettes with our music. Over all, we were rather content, although we probably would have done it differently if we had had more money and studio experience. Still today this can cause us slight grief. The tapes were now sent to a number of record companies, hoping to attract some interest. Just as we had feared, nobody was willing to put out our music. Both financially and emotionally we were now at the brink of ruin, and the possibility of releasing the record ourselves was not economically plausible.

Time passed and there were no band activities for quite some time. We found it sad, that the only thing to come out of it all, was a couple of tapes we could listen to ourselves. In the summer of 1981, two friends of ours offered to lend us money for an LP production. Shortly thereafter the work process continued. The question of how to design the cover was discussed on an early stage. People had different ideas, but finally we could agree upon a graphic work by the later on internationally well-known artist Leif Elggren. We knew him from an art, music and poetry project we had taken part in together with other Linköping based artists. Furthermore, Johan and Ingemo took care of the label stickers and I worked on the back of the cover.

During the cover design process, we had to decide on an appropriate label name and also on how to distribute the album. The local band Elake Måns had released an EP on their own Bauta label, and since we were good friends of them it felt natural to use that name. Later on, Lars Lach'n Jonsson "adopted" Bauta and turned it into a somewhat more permanent company. This should much later prove beneficial for Kultivator.

SAM' distribution was, at the time, the leading non-commercial distributor and as such its part in the Swedish progressive musical movement had been enormous. By now, in the early eighties, the musical movement was diminishing and SAM distribution was forced to increase the turnover in order to survive. By the company we were told our album simply "sucked" and was impossible to sell. The fact that not even a non-commercial distributor was interested was a big backlash.

Looking back, we should probably be grateful for that. A long time after the release, when the interest for Kultivator started to grow, we had enough copies left to facilitate and maintain an international spreading. Had SAM distribution been engaged, my guess is that most of the copies had been lost on peculiar ways.

In October 1981 we were finally handed the 500 copies of "Barndomens stigar". The first 200 copies were sold quite easily, but then sales subsided and it took some hard work to retrieve the money we had lent. Quite a few copies were sent to journalists, and we nervously awaited the reviews. When those started to show up in the local papers, we were rather astonished. Not because of the negative criticism and any occasional positive comment, but for the frequent talk about irrelevant things such as round glasses or the musical movement. The bigger papers were unwilling to review the album. On the whole, the reviews did not help spreading the music very much.

In 1981-82 Jonas Linge and I left Linköping while Stefan Carlsson moved far out to the country. The years went by and we tried to maintain a sporadic contact with each other. Johan Hedrén took part in different projects, with amongst others Lach'n, who had taken care of the Bauta label. We gave him all album copies we had left. In 1987 Hedrén told us that Lach'n had sold some copies to buyers outside of Sweden. Part of the explanation was that a vinyl enthusiast in Stockholm named Åke Forsgren, had forwarded his interest in the band to parts of his international network. Suddenly, the album was sold out and we were pleased that our work finally was appreciated. Later on, we were told that "Barndomens stigar" was sold for quite some money at record fairs and auctions. To us, this was of course totally absurd.

In 1991, Johan Hedrén and Ingemo were contacted by the newly founded record company Ad Perpetuam Memoriam, APM. They wanted to put out "Barndomens stigar" as their premiere CD release. We were immediately flattered and started to go through the archives looking for possible bonus material. Apart from a live version of the quartet's "Tunnelbanan medley" recorded by Anton le Clercq, we could not agree which songs to include. Instead, we decided to record a new version of "Häxdans", which partly had been in the repertoire back in the days.

The reunion in 1992 was a lot of fun, since we had not played together for roughly twelve years. We spent a weekend rehearsing and recording in Lach'n's studio and the joyful atmosphere also led to some partying. Consequently, the second day was tougher, but at least we could add another song to the CD.

The CD was issued in 1000 numbered copies and was sold out relatively fast. We were told that some international music papers had published good reviews. At this time, Internet was quickly growing and thanks to that we could ourselves find reviews and standpoints from listeners all over the world. It was truly a wonderful feeling!

Several CD reprints were done, but sadly our relations with APM steadily worsened. We lost control of how many copies had been sold and where those had been sold. Still today we have no clue about that. In 2002 APM went bankrupt, which in many ways were sad. Not the least because all our royalties were lost in the company bankruptcy.

Some of us had regularly started to visit the vinyl shop Mellotronen in Stockholm, where there is a wide selection and good knowledge of the kind of music we appreciate. After a while we had learnt to know Peter Nordins and the owner Stefan Dimle. Since it is difficult to find copies of the Kultivator album, the possibility of putting a new version out, was soon up for discussion. Mellotronen was willing to release a remastered and more thorough CD version featuring bonus tracks on their own label. Stefan and Peter had early on gained our confidence, and when another company started to show some interest, we decided to get to work with Mellotronen.

The same problems as with the first CD issue now arose again - the quest for sufficient bonus material. I found an old cassette with a recording of the Motala gig. It had more or less been forgotten due to the poor sound quality and the bad memories surrounding the concert. I transferred itto CD and after a few adjustments the sound quality improved quite a bit. I myself and the rest of the band have been somewhat hesitant to have this material included. However, other listeners have been overwhelmingly positive.

In order to get some more bonus material, we once again decided to re-unite for a recording session. It had been thirteen years since the last time we played together, and this of course created a fair amount of tension. There was both new and older material that could be worth working on. Two main problems turned out to be time and logistics. Living in different cities and having different jobs and assignments, made careful planning an absolute necessity.

We metin Lach'n's The Forest Studio during a weekend in October 2005. The old analogue equipment made us feel at home, and as soon as we started to play the old Kultivator feeling was evident. The results were surprisingly good, taking into account that some of us have had very little time to practice over the years. Especially Stefan Carlsson and I have neglected our main instruments for a number of years.

At first we had hoped that a weekend would be enough time to complete one bonus track. However, as time went on, we decided to make a demo recording of the four songs that were up for discussion. This way we could listen to the tapes several times and make a better decision some time later. There were even plans of releasing a mini CD with the material, thereby separating it from the earlier songs.

The new songs are clearly related to the earlier ones, even though they at the same time refiect how the times and ourlives have changed. The vocals are in English and there are new instruments and sounds present. Changing from Swedish to English lyrics was a tough decision, motivated by the international interest in our music. This way, we can make the lyrical atmosphere more accessible to more people. In addition, Ingemo enjoy singing in English.

At about Christmas of 2005, we gathered in Stockholm together with Stefan and Peter of Mellotronen. We agreed upon continuing working with the new titles as well as the "Novarest" bonus track from the Motala concert.

In February 2006, we went into the studio for a new session. The songs were recorded once again, but this time with a bigger goal-orientation, making the sessions a bit more demanding. As usual we ran out of time, and Johan Hedrén and Ingemo suggested we should transfer the material to their portable home studio, which we also did. During the summer and autumn of 2006 the final over-dubs were made, and in October the final mix was ready for release.

Now in 2016, it's time for another release and this time for a comeback in vinyl.

At this time it-will not be any more new Kultivator recordings or gig according problems with time and logistics. Ingemo Rylander and Johan Hedrén have their projects Nomads of Hope. They released the CD "Breaking the circles for a while" in 2014. Stefan Carlsson is playing together with his son David, under the name of Lost Kite they have released several CDs. Jonas Linge is living and playing in Uppsala, mainly in the folkgroup GRÅÅ. I live in Stockholm and have more or less retired from playing drums but I line up occasionally.

- Johan Svärd, 2016.

Membros

Jonas Linge - guitarras, vocal

Stefan Carlsson - baixo, pedais de baixo

Johan Hedrén - Fender Rhodes, órgão, sintetizadores

Ingemo Rylander - vocal, gravadores, Fender Rhodes

Johan Svärd - bateria, percussão

Convidado

Hädan Sväv Boys Choir - coro

CD 01

01.Höga hästar

02.Vemod

03.Småfolket

04. Kära jord

05. Barndomens stigar

06. Grottekvarnen

07.Vårföl

08. Novarest

CD 02

01. Häxdans

02. Tunnelbanan medley

03. Novarest live

04. In the dark-

ness's plate

05. Bringing water

06. Another day in life

07. Waiting paths

Mp3 320kbps and

full artworks: enjoy!

Kultivator - Barndomens stigar - 1981